Contrabandistas ucranianos vendem armas da OTAN pela internet
Por Valdo Santos – Jornalista
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) repassa grandes quantidades de armamentos para o Exército ucraniano, com o propósito de barrar a operação russa no país. Do ponto vista do bloco ocidental, isso faria com que a Rússia desistisse do plano de “desmilitarização e desnazificação” da Ucrânia, mas nada disso está acontecendo no campo de batalha.
Além desse aspecto, a Organização não levou em consideração o fato de que o armamento enviado fosse parar nas mãos de receptadores de países aliados à OTAN. Essa operação criminosa é realizada por meio do mercado negro, executado por contrabandistas ucranianos, revela investigação conduzida pela Sputnik Árabe.
Essa agência de notícias, com sede na Rússia, apurou que “ao procurar no segmento de sombra da internet denominado ‘dark web’, em que o IP (Protocolo de Internet) permanece oculto, foi colocado um anúncio de venda de armas. No site desses contrabandistas se vendiam fuzis M4 e, de acordo com os dados, foram realizadas mais de 32 transações no referido anúncio. O preço era a partir de US$ 2.400 (cerca de R$ 12,6 mil) e a geolocalização era em Kiev”, informa o site russo.
Os repórteres da Sputnik simularam e assumiram a função de clientes e decidiram escrever aos “vendedores contrabandistas”. Conforme o cenário simulado, as armas seriam compradas por um houthi iemenita com apelido de 3ladin_houthi. Após contatos no site da ‘dark web’, um dos contrabandistas pediu para continuar a conversa no aplicativo de mensagens Wickr. Para não levantar suspeitas entre esses vendedores de armas, as perguntas eram escritas em árabe e traduzidas para o inglês por meio de um tradutor online, afirmam os jornalistas.
Em seguida, um dos repórteres perguntou diretamente para um dos contrabandistas se poderia ser entregue o carregamento de armas para o Iêmen e obtiveram uma resposta afirmativa. Além disso, foi dito que a entrega deveria ocorrer por via marítima. Em seguida, o vendedor perguntou: “O que você precisa exatamente e em que quantidade?”
Os repórteres suspeitaram que eles estavam prontos para vender não só fuzis, mas também outros tipos de armamentos. Então foi decidido descobrir o método exato de envio e transporte das armas. E ainda deixaram a entender que haveria interesse em quaisquer armas que eles pudessem vender.
Pela resposta, os periodistas da Sputnik descobriram que os contrabandistas de armas da Ucrânia poderiam vender não só fuzis, mas também granadas. As armas seriam entregues com as munições necessárias. O método de transporte também foi descrito em detalhes por um desses vendedores.
“As armas serão entregues em barris com óleo de motor. Em cada barril haverá dez fuzis M4, 2.000 cartuchos e 200 granadas. O transporte marítimo levará dez dias. No porto você receberá apenas barris com óleo de motor que não provocarão suspeitas”, escreveu o contrabandista ucraniano aos repórteres.
Os traficantes de armas ainda relataram aos jornalistas descaracterizados da agência Sputnik que poderiam vender 20 barris com armamentos. “Os 20 barris terão o total de cerca de 200 fuzis com munições e 400 granadas. Tudo isso terá um preço de cerca de US$ 400.000 (cerca de R$ 2,1 milhão)”.
Dessa maneira, a quantidade proposta pelos contrabandistas ucranianos foi aceita. No decorrer da investigação, os jornalistas da Sputnik Árabe queriam obter o máximo de informações possível sobre a entrega, tendo em conta que o único porto controlado pelos iemenitas – Hodeida – está muito longe da Ucrânia e a entrega foi prometida em dez dias.
Um dos contrabandistas descreveu como funcionaria o esquema articulado pelo grupo. “Vamos preparar a carga, colocá-la em barris e carregar em um navio com a ajuda de nossos colegas na Polônia. O navio seguirá a rota indicada no mapa. A embarcação levará ajuda humanitária – geralmente eles não são inspecionados. Os 20 barris também não vão levantar suspeita”, enfatiza o vendedor.
Em seguida, esse mesmo traficante de armas enviou um mapa com uma rota desenhada à mão. Acontece que os armamentos serão carregados no navio apenas ao largo da costa de Portugal. E, uma vez que o lado ucraniano mencionou certos “colegas na Polônia”, há suspeitas de que a máfia europeia de tráfico de armas possa ser envolvida nessa história.
No entanto, os periodistas não sabem como as armas chegariam da Polônia para Portugal. Após a transferência do depósito em criptomoedas no valor de US$ 400.000 por meio do sistema Monero XMR, de acordo com os contrabandistas ucranianos seria enviado um rastreador online que forneceria informações abrangentes sobre a logística: em qual navio se encontraria a carga, de que porto sairia e quando chegaria ao porto de destino, relata a equipe da agência russa.
Sendo assim, para finalizar a “compra simulada”, os jornalistas da Sputnik Árabe escreveram que confirmariam a conta bancária, pois isso é necessário para fazer o depósito em criptomoeda, e que retornariam à transação logo em seguida.
Fonte: agência Sputnik
Foto: reprodução da internet
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